sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Chegando ao MT

Esse foi o dia mais difícil pra nós três. Foi um calor infernal em uma estrada cheia de costelas-de-vaca que judiaram demais da Sapa e da gente. Além disso, é muito difícil pra nós rodarmos mais de 400km somente entre fazendas. É pasto ou soja pra todos os lados. Caminhões enormes rodando naquela estrada péssima, levando grãos e sei lá mais o que sob o sol de mais de 40°C.

 Sei que precisamos alimentar os mais de 201 milhões de brasileiros, mas será esta a solução? Derrubar imensidões de florestas e cerrado para plantar soja e pasto para o gado? E ainda encher tudo de agrotóxicos e fertilizantes químicos? Será que já não está mais que comprovado que este modelo não funciona? Que as suas consequências são mais deletérias do que imaginávamos? Será que o ser humano tem que continuar agindo como dono absoluto e burro do planeta, que não suporta mais suas atividades? Pois é, reflexões que a estrada nos proporciona...















Mesmo assim, tentamos tirar o máximo proveito da paisagem. E pra nossa alegria encontramos alguns resistentes de tudo isso. Aqueles que conseguem se adaptar às novas condições e que ainda não se tornaram vítimas do nosso sistema. Conseguimos ver emas pastando ali e aqui, seriemas se escondendo do sol na sombra das poucas árvores, os ipês colorindo as pastagens e os buritizais nas veredas.
No entanto, também vimos várias vítimas atropelados pelo progresso. Em um só dia vimos tamanduás (mirim e bandeira), cachorro-do-mato, capivara, quati e aves atropeladas à beira da estrada.

E mesmo num dia difícil, a certeza de que amanhã será melhor é o que nos move. Sempre!


Nenhum comentário:

Postar um comentário